terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Assassínio ou suicídio?

Na minha opinião não se tratou de um assassínio mas sim de um suicídio.

Anabela e Tó Jó eram um casal que durante três anos se amaram mutuamente. Durante esse tempo, Tó Jó já tinha salvo uma vez a vida de Anabela quando ela tomou demasiados comprimidos, como é referido no quarto parágrafo do texto.

Tó Jó era um homem bem-parecido e amava as pequenas imperfeições femininas de Anabela, mesmo depois de esta o ter deixado pelo bancário do 7.º Direito. Esta atitude deveu-se ao facto de Anabela não se sentir à idílica perfeição de Tó Jó. Com a separação Anabela começa a mostrar indícios de instabilidade mental: “(…) repulsa física, o ciúme neurótico, a pulsão suicidária e, por fim, o tédio, esse magma de cal que tudo neutraliza, até mesmo a ideia de morte (…)”.

No décimo parágrafo, Anabela revela os seus pensamentos e inseguranças por Tó Jó. A vítima apresenta um estado de profundo sofrimento no qual atinge o limite das suas forças culminando na vontade de se automutilar.

Por fim, na sua festa de despedida de solteira que antecede o casamento com o bancário, foi na realidade a sua despedida de Tó Jó, uma vez que passaram juntos essa última e memorável noite que mais parecia “(…) um passeio às Berlengas em dia de mar revolto”.

Anabela não podia viver com toda a perfeição de Tó Jó, mas era impensável viver sem a mesma. O penúltimo parágrafo do texto é revelador de todos os sentimentos confusos e perturbados de Anabela, que na minha opinião, a fez cometer suicídio.

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